05/06/2018

AdreNaLinA

Não é irónico as diferentes realidades que vamos ganhando conforme a vida nos passa entre os dedos?
É triste e revolucionário o quanto nós aprendemos a desconfiar de uma ação ou duma palavra, o quanto nós pensamos no bem e no mal que aquela pessoa nos pode fazer mas se for de nosso agrado o mal parece pequeno ao que nós realmente queremos, o bom que posso fazer sentir e sentir.
E atiramo-nos sem olhar para a altura que vai ganhando se algo correr mal, nem sequer garantimos que existe algo ou alguém a amparar a queda, porque tudo que podemos fazer é viver os momentos sem pensar "e se?". E será que isso não consegue ser o maior erro do ser humano? Confiar mesmo depois de todas as quedas dadas, dar uma nova oportunidade a si mesmo e a alguém de fazer ver que o que se viveu não volta a repetir, não é ilusão nossa pensar que daquela vez valerá a pena os momentos no escuro da nossa mente a procurar o erro cometido para o fim ser daquela forma?

Montes de questões que não sei responder e não encontro alguém capaz de explicar, na verdade estamos sempre presos na idades dos porquês.

Mas e então, e se não fosse erro nenhum mas sim uma prova de coragem? Uma maneira de demonstrar que mesmo tremendo somos capazes de caminhar, mesmo que em segredo esteja a pergunta a navegar "quem será o primeiro a dizer adeus?", conseguimos olhar para a frente e devagarinho desenhar o caminho para sair daquelas duvidas, incertezas e medos.

Mesmo com estas decisões cheias de coragem, nada parece o suficiente e sempre que algo corre mal bem no fundo a culpa cai sempre sobre os nossos próprios ombros, porque quem ficou, novamente, fomos nós e a pessoa que virou costas foi só mais uma que desejamos não ter visto esse lado delas. Quantas e quantas vezes estávamos tão alto que quando foi anunciada a queda nós próprios nem sabíamos a que altura estavámos.
O pior é este mesmo, as desilusões, os corações partidos e confianças quebradas que nunca vêm dos inimigos mas sim das pessoas a quem demos arma para fazer tal estrago, tudo vai cair em cima de nós e abalar a nossa confiança e amor próprio porque no fim pusemos uma arma bem apontada á nossa cabeça e fazemos figas que a pessoa a segure, mas não a use e bem no momento que estamos a fechar os olhos, a aproveitar realmente a viagem algo nos faz estremecer, e a pessoa que sempre nos amparou acabou de trocar de papel, e foi ela que nos fez cair e esperar uns braços que não os mesmos.

E a seguir a isso é uma grande incógnita no que fazer e pensar, porque afinal o que antes era descabido pensar e desconfiar era o certo a fazer mas fomos corajosos o suficiente para sentir a adrenalina de poder cair, mas quando caímos a nossa coragem não nos vale de nada.


2 comentários:

  1. Na vida ainda vamos sofrer muito e aprender muito. Os corações partidos são coisas que atualmente já não vejo como uma dor insuportável. Acho que se gostássemos de nós mesmas, tudo seria melhor. Recentemente, o meu relacionamento terminou (foram 3 anos com aquela pessoa) e eu vi-me num impasse de "o que será a minha vida daqui em diante?" pois achava que estava sem rumo. Refleti imenso e vi que o problema foi a dependência e o facto de ter de estar sempre atrás dele. Nunca podia fazer nada nem tomar as minhas próprias decisões. Ao ver que consigo tudo mesmo sem ter alguém é gratificante. E por isso mesmo é que digo que a pessoa que nos consegue tirar da pior fase da nossa vida, também pode colocar-nos numa parecida ou pior. Há que estar de olhos abertos. Adorei a forma como escreveste este texto. Beijinhos

    www.bycarolina.pt

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    1. muito obrigada pela opinião e obrigada por teres tido essa força, não é toda a gente que a tem! beijinhos!

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