10/01/2018

PreSEnÇa

Chego à minha nova escola.
Tem cores diferentes e muitas pessoas, talvez o dobro da minha antiga e procuro se alguém está tão perdido quanto eu, provavelmente não, estou perdida desde há muito tempo.

Não consigo descrever a minha turma quando entro na minha suposta sala, estão todos agrupados em pequenos grupos nos cantos mais fundos da sala e pensei que fosse criar um grande silêncio com a minha chegada mas não, continuam a falar de qualquer coisa, qualquer coisa que não a minha presença.
O professor chega um minuto depois da hora e estou nervosa por quase de certeza ele me ir apresentar à frente de toda a gente mas não, olha para mim e logo a seguir abre o seu livro retomando, creio eu, o assunto da última aula. Estou cá atrás, praticamente sozinha e isso é só um eufemismo da minha vida neste momento...
Tento olhar para todos e tentar arranjar alguma cara familiar, mas não consigo ninguém é suficientemente parecido com as caras que sempre estive habituada a conviver.
A meio da aula, o professor manda calar uma rapariga e olho para ela, não tem ar de ser a típica aluna rebelde mas também não é completamente aplicada a qualquer coisa, ela ri mesmo quando o professor a apanha a falar com um grande grupo de pessoas, estariam eles a rir de mim? Não sei, sei que por momentos ela sou eu e pela primeira vez em dias eu sorrio porque se era assim que eu aparentava ser, então eu parecia ser muito feliz.
Pela primeira vez a minha barriga faz barulho e lembro-me que também faz algum tempo que o meu estômago não recebeu algo..

A aula acabou e sinto que isto foi só o começo, o começo da minha invisibilidade.

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